A votação, na Assembleia Legislativa, da “garfada” no dinheiro da Paraná Previdência, na próxima semana, está deixando a direção da casa com tic-tic nervoso. A preocupação é que o plenário volte a ser invadido por funcionários públicos e professores, a exemplo do que ocorreu durante a tentativa de tratoraço do pacote de maldades do governador Beto Richa, em fevereiro.
Cena que correu o mundo: deputados estaduais da base do governaodr Beto Richa chegam à Assembleia no camburão da PM. Uma vergonha. (Foto:Carolina Pompeo Grando)
Na tentativa de evitar o pior, o secretário de Segurança, Fernando Franciscini, já se adiantou e pôs o camburão da PM de novo à disposição dos deputados da base do governo. Mas desta vez parece que a oferta encontrou resistência. Nem a pau, Juvenal, foi a reação da deputada Mara Lima (PSDB), que sofre nos ouvidos as vaias por ter sido tão cordeirinha às ordens do governo, e embarcado no veículo especializado em transportar marginais de alta periculosidade.
Com ou sem camburão, a temperatura na Assembleia Legislativa vai se elevar na próxima semana. Mesmo com o governador Beto Richa cedendo em muitos pontos, ele não abre a mão de pegar o dinheiro que a Paraná Previdência tem nos cobres, cerca de R$ 8 bilhões, e que são a garantia do pagamento das aposentadorias do funcionalismo público estadual. Richa quer por que quer este dinheiro para poder honrar os compromissos imediatos do governo. Sem ele ele, até a folha de pagamento poderá entrar no rol dos calotes aplicados pelo governador.
Para o funcionalismo, há um risco real e iminente de quebra da Paraná Previdência caso Richa venha a se apoderar dos recursos tão bem guardados e que têm um só objetivo: garantir uma velhice mais tranquila aos atuais servidores de carreira do governo estadual. Daí a revolta de milhares e milhares de funcionários públicos. Depois dos recentes protestos, os deputados estão mais sensíveis ao clamor popular. E mais uma baderna, agora que Richa foi fragilizado ainda mais pelas denúncias de corrupção contra o seu fraco governo, pode significar um desastre para quem está no poder há pouco mais de 100 dias.
do Blog do Valdir Cruz
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